Terça-feira, 05 de Maio de 2009
«A religião é boa para o mundo?»
 
Mais de 1500 pessoas assistiram no Temple Emanu-El em Nova York, uma das maiores sinagogas do mundo, a um debate entre Christopher Hitchens, ateu militante, autor do polémico livro "God Is Not Great: How Religion Poisons Everything" e o Rabino David J. Wolpe do Templo Sinai em Los Angeles, que a Newsweek chamou de rabino n.º 1 dos Estados Unidos da América e autor do livro "Why Faith Matters". Assistam aqui:
 


publicado por Marco Moreira às 09:24
Domingo, 24 de Agosto de 2008
«(…) as pessoas religiosas, especialmente aquelas que vivem na América e no mundo islâmico estão habituados que seja feito tudo à sua maneira. E são extremamente intolerantes para com os ateus» Richard Dawkins in CNN “Atheists in America”
 
Será que existem ateus igualmente intolerantes para com a religião e os dogmas da mesma? Obviamente que sim e não precisamos de ir longe para encontrar um particular exemplo dessa intolerância. Claro está que falo do meu fundamentalista ateu “preferido”.
 
 
Richard Dawkins numa das suas muitas palestras em que prefere falar dos defeitos da religião que as virtudes do ateísmo dá uma, muito pessoal, interpretação dos escritos sagrados dos judeus (Torah) e cristãos (Velho Testamento).
 
Ele dá o exemplo de um castigo aplicado pela profanação do dia sagrado do Shabat a alguém que é encontrado a apanhar lenha no dia de descanço obrigatório. Curiosamente, faz menção que ao longo de todo o livro os hebreus são avisados por D’us, que não deverão fazer qualquer trabalho (em hebraico – melachah) nesse dia. De facto é bem verdade que não só D’us avisa que não poderão fazer qualquer trabalho nesse dia, como deixa bem claro qual o castigo para tal transgressão - a Morte.
 
Parece muito duro que D’us Todo-Poderoso e Misericordioso possa aplicar este castigo, principalmente para a compreensão do moderno mundo ocidental. Mas se pensarmos de um ponto de vista pragmático devemos ter em consideração que os hebreus tinham nessa altura aceite um pacto eterno para com D’us desde a Revelação no Sinai. As “regras do jogo” tinham sido acordadas por ambas as partes e quem não estivesse de acordo poderia sair desse mesmo pacto à partida. Uma lição de democracia.
 
Mas Dawkins não aprofunda o tema como é seu apanágio. Prefere continuar a sua hipnótica palestra da “Religião e os seus males” sem que certas explicações sejam dadas e contextualizadas.
 
Mas, certamente que Dawkins também sabe o Judaísmo é uma religião rabínica e não bíblica. Isto é, baseada nas interpretações dos maiores sábios judaicos, ao longo da sua vasta história, da Torah e o restante Tanach (Bíblia Hebraica).
 
Será que Dawkins deu atenção a alguma dessas interpretações, ou limitou-se a ler um texto que, sem as devidas interpretações, pode transformar a palavra divina em algo arcaico e aterrador?
 
Declaradamente apesar de académico, escolheu a via mais simples e rápida e deixa as interpretações finais para si próprio. Afinal ele tem sempre razão… certo?!
 
Rashi (Rabino Shlomo Ytzchaki), o exegeta francês do século XI da Era Comum interpreta a passagem depois de um intenso estudo e leitura da Lei escrita (Torah) e da Lei Oral (Mishná) e sobre os versículo descrito escreve o seguinte:
 
«Aqueles que o encontraram avisaram-no que parasse de profanar o Shabat, mas este não parou de juntar a lenha mesmo depois de ser encontrado a fazê-lo e ser avisado do seu erro.» Sanhedrin 90a, Sifrei Shelach 55
Acontece que isto é normativo para a Lei Judaica (Halachá), mas Dawkins não achou importante realçar. Preferiu “cómicamente” realçar o “mau humor” de D’us naquele dia: "D’us não estava para meias-medidas naquele dia".
 
Também não mencionou que no versículo imediato a este acontecimento, D’us, apesar de ter deixado bem claro – uma vez mais - com o exemplo capital que hebreus que não deveriam trabalhar no Shabat sob pena de morte, ordena aos mesmos que coloquem franjas nos cantos da roupa (tzitzit – recordatórios dos 613 mandamentos) de forma a que estes sem lembrem do cumprimento das mitzvoth (mandamentos - preceitos judaicos).
 
Recorrendo ao sentimentalismo barato e a um moralismo simplório Dawkins prefere divagar: "Será que esse pobre apanhador de lenha tinha mulher e filhos para chorar por ele?"
 
Mas se preferem as interpretações de Dawkins à de Rashi e de todos os grandes comentadores da Torah ao longo dos tempos pergunto: Que ideia estará Dawkins a dar de D’us, do seu Povo e do seu Livro, com a sua interpretação?
 
Na minha opinião, perguntem a um anti-semita, pois ele certamente terá a resposta.


publicado por Marco Moreira às 15:14
Segunda-feira, 21 de Julho de 2008
Os cultos ou seitas são um fenómeno cada vez mais enraizado nas sociedades democráticas. Aproveitando-se da liberdade religiosa e liberdade de expressão conseguem defender o irracional ao extremo como dizer que a SIDA é curada na igreja x ou no templo y e a lei pouco pode fazer para demover as pessoas de acreditarem em demagogos que vêem a salvação da alma como um negócio.
 
 
Mas se as seitas religiosas são um fenómeno relativamente fácil de identificar existe um que se consegue disfarçar por entre uma panóplia de demagogias e manobras de “aversão” à religião. Dou-lhe o nome de o “Culto do Liberalismo”. Isto é, o culto ao extremismo-liberal.
 
Não defende uma doutrina ou dogma a um deus supremo, mas sim a adoração da mudança constante e anárquica. Uma sociedade perfeita é uma sociedade céptica e ateia e como tal deve ser erradicada da face da terra qualquer ligação do Homem com o Criador. Só aquilo que podemos provar é real e só aquilo que é visível tem lugar a reconhecimento.
 
Este culto não se faz rogado para recrutar fieis e tem como seu maior alvo a juventude idealista e insubordinada que é por si usada para pôr em prática o seu programa de restruturação da nova sociedade. É sedenta de poder e incute nos fieis a necessidade do exterminio de todos os valores da ética e moral reconhecidos até hoje como os valores bíblicos. Hoje em dia estes valores são vistos como rudimentares e ultrapassados.
 
Mesmo os valores de liberdade, ambientalismo, profilaxia que são universalmente tidos como bons e salutares fazem questão de os levar ao límite adulterando-os com o extremismo. A forma como assuntos da reciclagem, do uso do preservativo, dos direitos humanos, o direito da mulher e das famílias alternativas são debatidos à exaustão não servem para resolver problemas mas para incitar o ódio aos mais pragmáticos e conservadores.
 
Este progressimo revolucionário da defesa do “Culto do Liberalismo” pretende o irradear das identidades e transformar o Ser Humano num Ser sem diferenças e sem convicções religiosas.
 
Um dos seus maiores sacerdotes é o zoologo e etólogo britânico Richard Dawkins. A sua bandeira de batalha é a luta anti-religião que propaga a cada palestra e aparição pública. Defende intrasigentemente os valores que tem para si como fundamentais; o ateísmo, o cepticismo e o humanismo. Os seus livros são vulgarmente propagandeados pela extrema-esquerda como podem ver no exemplo: clique aqui e servem como guias doutrinários nestas organizações. Defensor acérrimo da teoria de Darwin não aceita qualquer relação contígua da ciência com a religião. Eis um exemplo do seu fundamentalismo:
 
«As pessoas gostam de dizer que Fé e Ciência podem conviver, mas não concordo. São coisas totalmente opostas»
 
Um exemplo claro da irresponsabilidade desta frase é a relação entre ambas pelo grande codificador da Lei Judaica (Halachá), o rabino espanhol Moshê Ben-Maimon (Maimonides, ou simplesmente: O Rambam) que para além de irudito em jurisprudência legal judaica era um médico brilhante, requisitado pelos reis e líderes da sua era.
 
Não podemos descurar que o papel da religião na história do mundo não é inteiramente amorável, mas lembro que 3 dos grandes monstros da história moderna eram ateus: Hitler, Estaline e Mao. São exemplos de que a religião não pode ser considerada inimiga da paz e exclusiva responsável da guerra. Quem não se recorda do oficial chinês que no filme “Sete anos no Tibete” defere um aterrador: «religion is poison»
 
Este culto defende o mesmo, que a religião é um veneno… e eles o seu antídoto.


publicado por Marco Moreira às 06:38
 
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