Segunda-feira, 05 de Outubro de 2009

Foto © Alex Brasetvik

 

A posição anti-israelita do governo norueguês é bem conhecida, pelo que não é de estranhar que a Universidade de Ciência e Tecnologia de Trondheim (NTNU) tenha decidido ser anfitriã de um seminário Anti-Israel e para o efeito convidar proeminentes palestrantes a quem que lhes é reconhecido o ódio pela única democracia do médio-oriente.

 

As palestras serão encabeçadas por conhecido inimigos do sionismo e de Israel, tais como: Ilan Pappe, Moshe Zuckerman e Stephen Walt, bem como académico locais. O alvo dos organizadores que assinaram um pedido de boicote a Israel, parece ser que, a administração da universidade proclame um boicote oficial a todas as academias israelitas nos próximos meses.

 

No seu blog, o reitor da universidade Torbjørn Digernes, saúda o comité de organização deste seminário e permanece convencido que esta série de seminários são "iniciativas louváveis". Os estudantes, staff e cidadãos comuns parecem não concordar.

 

Estão convidados a escrever uma nota de protesto ao reitor da NTNU nos comentários do seu blog.



publicado por Marco Moreira às 12:10
Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009

 

Irving Kristol, 1920-2009

 

«A democracia não garante igualdade de condições - só garante igualdade de oportunidades»



publicado por Marco Moreira às 17:13
Terça-feira, 15 de Setembro de 2009

Embora retenha na memória alguns sketches hilariantes dos quarteto humorístico Gato Fedorento, não posso garantir que seja o meu tipo de humor preferido. Talvez por isso, o 1.º episódio do seu novo programa me tenha passado despercebido apesar dos constantes anúncios nas redes sociais da web, para além dos enormes placardes em estilo político que 'Os Gatos' decidiram caricaturar utilizando o fundo de imagem dos dois principais partidos.

 

 

Algo que poderá também ter pesado neste meu esquecimento é a figura do convidado estreante do «Esmiuça os Sufrágios». Apesar de não desprezar Sócrates fora do fato de Primeiro Ministro, confesso que não lhe reservo grande margem para o humor. Fiquei particularmente constrangido quando este tentou fazer uma piada num programa da SIC que mostrava os políticos numa dinâmica mais informal, tentando retractar o seu dia-a-dia. Enquanto desdenhou o humor brejeiro, tentou algo requintado e saiu asneira ao ponto de me fazer corar. De todos os mostraram "o outro lado", Sócrates pareceu-me, ele próprio, o mais constrangido, talvez por não se conseguir libertar da espécie de limbo que criou quando recentemente passou de arrogante a humilde. Deu-me a sensação que já não consegue ser ele próprio atrás das câmaras.

 

Já neste programa d'Os Gatos, ao que parece, pela reacção da opinião pública, Sócrates ter-se-á saído muito bem, apesar de não se ter preparado - segundo ele. Já Ricardo Araújo Pereira não conseguiu fazer o boneco de Jon Stewart que possivelmente pretendia recriar e demonstrou também algumas fazes de constrangimento, nas respostas às suas piadas por parte do Primeiro Ministro. 

 

Agora, para constrangir "a sério"... giro, giro, era organizar uma pequena entrevista com esse fenómeno de humor luso de seu nome Bruno Aleixo: Entre um "então, olha aqui este jogo... qu'eu inventei" e um "iiii ca burro", certamente eu não faltaria a tal chamamento televisivo. Sem constrangimentos...



publicado por Marco Moreira às 14:05
Domingo, 19 de Julho de 2009

Alberto João Jardim, conhecido entre outras coisas, pelo seu acutilante ódio pelo comunismo, decidiu lançar a proposta de torná-lo proibido na nossa constituição. Mais tarde terá explicado que pretendia tornar proibitiva a ideologia totalitária, isto é, o comunismo passar a ser considerado inconstitucional tal como já é o fascismo.

 
É um facto que em Portugal, o comunismo reserva-se ao direito de exigir para si, total ou parcialmente a herança de um regime de liberdade que hoje vivemos e com isso aproveita para exigir a todos os portugueses uma dívida de gratidão para com os camaradas da extrema-esquerda. Resumindo assim um "facto" que tomo a liberdade de transformar num possível mote propagandístico do PCP: "Sem Abril não haveria liberdade, sem comunismo não haveria Abril!" 
 
 
A verdade é que não é possível fazer com clara exactidão o exercício de "como seria se isto acontece-se, ou não?". É simplesmente um exercício pouco sério do ponto de vista prático e uma vez que não nos é conferido qualquer poder profético, jamais podemos saber quando teríamos liberdade se não houvesse Abril de '74 e em que moldes essa liberdade seria estabelecida. Isto porque, com os meus breves 31 anos de vida, já discerni que cada indivíduo tem uma noção muito particular de liberdade e se para uns pode inclusive roçar a libertinagem, outros há que imaginam a mesma num conceito extremamente cativo.
 
Não deixa de ser curioso que na grande maioria dos programas da rádio, televisão e nas folhas dos jornais, claramente imbuídos pelo espírito da "esquerda democrática" consideram que a cada país difere o conceito de comunismo e que o Partido Comunista Português jamais pode ser equiparado, ao Partido Comunista Chinês ou ao antigo Soviético. Daí não poder ser considerado totalitário. "Simplesmente não faz sentido", resumem assim os célebres comentadores da nossa praça.
 
Não querendo cair na ratoeira da adivinhação por mim já expressa, não consigo deixar de especular com os meus botões, a possibilidade dos nossos camaradas comunistas terem um dia a falta de escrúpulo de proibir a proibição de ser comunista. Em nome da democracia e do pluralismo político, claro está!
 
Mas sendo assim, porque está o comunismo universal, basicamente interligado na ideologia através dos seus escritos e seus manifestos, ser considerado diferente? É obvio que existem muitas e variadas formas de comunismo tais como; Leninismo, Stalinismo, Trotskismo, Maoísmo, Titoísmo, Castrismo, Sandinismo, etc… Mas não são todas elas genericamente ligadas na sua génese e ideologia padrão?!
 
A facilidade como se desculpabiliza a ideologia e modus-vivendi dos nossos camaradas comunistas é algo quasi-nato, e difícil de explicar e exteriorizar em coerência para alguém que vive numa democracia como os Estados Unidos da América, mas a verdade é que continuamos a fazê-lo sem que nos interroguemos porque nos revemos tantas vezes em Karl Popper e Anna Arendt e a sua noção de totalitarismo e no caso particular do PCP existe um fardo gratificador que nos impede de o criticar plenamente pelo seu papel histórico na "luta pela liberdade".
 
A noção de totalitarismo é extremamente clara: é um regime político em que o estado não reconhece limites na sua autoridade e esforça-se por regular todos os aspectos da vida pública e privada. O PCP como outro partido comunista do globo que assim se qualifique é defensor deste tipo de regime, com as nuances que o diferem do fascismo, mas com a matriz que o demarca da democracia. Mas… torná-lo proibido será a solução?
 
A solução mais fácil, talvez, mas não necessariamente a melhor. Sabemos que a proibição muitas vezes martiriza o objecto proibitivo e mais tarde poder-se-á tornar um monstro que uma vez revolucionário fará danos significativos nas nossas liberdades e principalmente das gerações futuras com o peso da culpa de que são descendentes, aproveitando-se da pobreza do historicismo. Por um lado a proibição deve partir de nós mesmos, enquanto indivíduos que prezam a sua liberdade e que em honestidade política conseguem discernir de entre democracia e totalitarismo, escolhendo assim aquilo que é nobre e digno ao ser humano. Por outro lado sabemos que em democracia foram eleitos indivíduos como Adolf Hitler, e que, sendo apenas comuns mortais, nem sempre escolhemos aquilo que é melhor para nós e para a nossa liberdade.
 
Apesar das reservas que coloco a esta (im)possível proibição, tenho de admitir que no quadrante político em que está inserido só mesmo alguém com cojones a poderia propôr. A curto prazo, proibir o comunismo significaria o fim da utopia, das liberdades fúteis, do culto da preguiça e o crescimento económico-social de uma nação fortemente estruturada e diligente em valores de meritocracia e patriotismo. A longo prazo nunca poderemos adivinhar a pena que futuros revolucionários nos dariam como desrespeito pela sua verdade suprema; o comunismo. Mas se a palavra revolução está muitas vezes mais carregada de sangue que de liberdade, podemos imaginar que não seria um quadro agradável para nós, amigos da democracia.


publicado por Marco Moreira às 15:04
Domingo, 22 de Fevereiro de 2009

Desde a histórica campanha de Obama à presidência dos E.U.A. sob o slogan "Yes We Can" que o agora 44º presidente se referia aos valores intimamente defendidos pelos patriarcas americanos. Mas houve um presidente que Barack Obama teve o cuidado de incluir cirurgicamente no legado de um "dos seus" na parte da campanha mais elitista virada para os temas económicos. O seu nome: Franklin Delano Roosevelt.
 
Para conseguir passar o tão badalado Plano de Estímulo Económico, Obama voltou à carga com os slogans demagógicos desta vez da autoria do "salvador" da Grande Depressão:
 
«A única coisa que devemos temer é o próprio medo»
A verdade é que Roosevelt usou a Grande Depressão como pretexto para expandir o governo em todas as direcções. 2 exemplos dessa expansão foram as organizações criadas pela sua administração; a National Recovery Administration e a Public Works Administration, esta última que servia para criar postos de trabalho relacionados com a construção de edifícios públicos, o mesmo que Obama está a tentar implementar.
 
Na altura, 6 mil de milhões de dólares foram gastos sem que se conseguisse resolver significativamente o problema do desemprego. Leis agrícolas foram aprovadas no sentido dos agricultores produzirem menos, sem olvidar que durante a Grande Depressão a fome era muito mais que um isolado caso de minorias.
 
O governo colocou mais dinheiro nas mãos de Roosevelt do que noutra altura da história dos E.U.A. Agora, Obama prepara o seu país para uma nova Grande Depressão e com isso reserva para os seus filhos uma factura que provavelmente, durante a sua vida, não saberá quais os seus valores reais. É uma questão de segurança para as gerações futuras, mas Obama parece dizer: "Quem vier atrás que feche a porta..." John McCain, por diversas vezes alertou que aquilo que Obama pretendia fazer era um roubo geracional, mas poucos deram ouvidos ao velhote.
 
Hugo Chavez foi criticado por nacionalizar os poços de petróleo venezuelanos. Com que direito tem esta administração criticar Chavez se estão a preparar-se para fazer o mesmo com os seus bancos?!
 
Dá-me a sensação que Obama está numa fase deslumbramento com os cofres do estado e esquece-se que os Estados Unidos da América não são a terra dos resultados iguais mas sim a terra das oportunidades iguais. Obama insiste na mensagem de que o Estado é a única resposta para combater esta crise e aproveita-se do medo para fazê-la passar. 
 
Apesar de não concordar com os mais conservadores que classificam Obama de socialista, gostaria de deixar uma citação da Sra. Margaret Thatcher:
 
«O problema do socialismo é que um dia acabará por gastar o dinheiro de toda a gente»
 
Apesar de os livros de história não confirmarem, muitos economistas crêem que a Grande Depressão poderia ter sido ultrapassada 7 anos antes, se não tivessem sido implementadas algumas das políticas de Roosevelt. E lembrem-se que para implementar medidas socialistas não é preciso ser socialista, basta querer gastar o dinheiro de todos.
 
Nota: 
Se consideram a imagem exagerada, fiquem a saber que o actual presidente norte-americano é o herói mais admirado no seu país, destronando o próprio messias cristão: Jesus. No estudo elaborado pela Harris Interactive este último detinha o 1º lugar desde 2001, altura em que a votação foi criada. Parece que o povo escolheu um novo "messias".


publicado por Marco Moreira às 14:45
Domingo, 05 de Outubro de 2008

 

Foi o segundo debate mais visto de sempre com 73 milhões de telespectadores. Destronando o debate entre os principais intervenientes, McCain e Obama, por mais de 20 milhões de pessoas acabou por ser um debate morno, sem “gaffes” e sem grandes motivos para reivindicar vitórias uma vez que não conseguiram ser totalmente frontais e de salientar as soluções fundamentais que ambos defendem.

 
Mas antes uma introdução:
 
A escolha de Palin para “vice” republicana, que a principio mostrou ter sido uma jogada de mestre de McCain, foi aos poucos perdendo o brilho, muito por força dos media liberais que exaustivamente a acusaram de falsa moralista, fundamentalista evangélica e ignorante.
 
Apesar de não transpirar o estigma de 2ª escolha, Palin acabou por ser a surpresa necessária depois de nomes seguros e experientes não se perfilarem como disponíveis, como Joe Lieberman e Condoleezza Rice. Foi o trunfo na manga de McCain e no overall não se pode dizer que os media a tenham destruído, mas de facto tornaram-na mais frágil. Talvez por isso, esta se mostre mais populista e menos popular com tiques que chegam a roçar o parolo e pacóvio, como o sorriso que termina num piscar de olhos para a câmara e um acenar da cabeça vitorioso. Por vezes dei por mim a pensar em Ned Flanders, o beato da série “Simpsons”, pelos gestos quase plagiados. Mas de facto Ned, tal como Palin, é um cidadão exemplar, que paga os impostos, trabalhador, familiar e fervoroso religioso que defende a máxima do dollar “In God we Trust”. Algum problema nisso!?
 
Se Palin se mostrou frágil na política internacional e ignorante do ponto de vista geográfico, os democratas não podem estar muito à vontade com o seu “vice” Joe Biden. Ao longo dos anos este revelou-se um dos maiores “gaffeiros” da política americana, ao nível o campeão George W. Bush. É conhecido pelas piadas sexistas e racistas que deixam os americanos boquiabertos com a falta de timing e moderação. Na Europa talvez não fosse problema, mas no país que inventou termos como african american e little people, Biden está a um passo do abismo cada vez que abre a boca.
 
É um homem do aparelho democrático, escolhido cirurgicamente para apoiar Obama devido à sua falta de experiência, que curiosamente, o próprio fez questão de salientar quando ainda era seu adversário nas primárias democráticas.
 
Estamos então perante a “Energia e Entusiasmo Patriótico” de Palin vs. a “Experiência e Qualificação Internacional” de Biden.
 
O debate começa com um Biden mais seguro mas sem grandes soluções. A estratégia é ligar o actual presidente com McCain e defende que a vitória deste não vai trazer novidades. Defende a construção de políticas económicas e acusa os republicanos dos aumentos fiscais enumerando os seus maiores erros nesse campo. Foca a importância da classe média e defende a aposta nas energias alternativas.
 
Palin ainda pouco à vontade, refugiou-se nos exemplos populares da vida familiar e das suas dificuldades diárias. Promete reformas económicas e travar o seu ódio de estimação a nível interno: “A corrupção e ganância de Wall Street”. – que mencionou três vezes durante o debate.
 
Defende-se com o facto de o próprio Obama apoiar os mesmos aumentos fiscais e promete lutar para eliminar as diferenças na assistência social.
 
Ambos não apoiam o casamento homossexual. Biden defendeu a união de facto e igualdade fiscal entre “casais do mesmo sexo”. Palin falou em tolerância.
 
À medida que o debate avança, Palin mostra-se mais confiante e revela o seu sentido prático e real dos problemas de política externa dos Estados Unidos, curiosamente uma dos suas fraquezas.
 
Enquanto Biden qualifica o Paquistão e o Irão como problemas similares aos quais terão importância idêntica na agenda democrática, Palin defende uma maior atenção ao Irão e faz menção ao seu maior aliado: Israel. Biden começa a tornar-se utópico na defesa do diálogo enquanto Palin salienta que a América não deverá ter diálogo com os seus inimigos e com ditadores. Biden defende uma diplomacia musculada de apoio a Israel e defende o avanço das tropas da NATO no Líbano. Palin por sua vez defende a solução de dois estados (Israel e Palestina) e volta a frisar o apoio a Israel referindo que “não vamos permitir um segundo Holocausto”.
 
Relativamente ao problema no Darfur concordam na sua totalidade mas perdem pouco tempo a falar do mesmo, principalmente por culpa da moderadora.
 
Relativamente ao papel que cada um vai ter nas relativas administrações, Biden revela que terá liberdade de opinião sobre todos os assuntos do país enquanto Palin por sua vez irá liderar em certos pontos.
 
No final dá-se um empate técnico, muito por “culpa” dos intervenientes. Palin não se revelou “parola” e Biden não se revelou sexista. Foram ambos muito correctos e preferiram não enveredar pelo caminho da acusação barata e moralista. Talvez porque ambos tenham “telhados de vidro”… Mas quem não os tem?!
 
Parabéns pelo nível. Mas o debate foi fraquinho (assim como a minha análise). Mas que fazer quando a matéria prima não é de grande qualidade?!


publicado por Marco Moreira às 01:47
Segunda-feira, 29 de Setembro de 2008
No primeiro debate presidencial, Barack Obama confessou não 1, não 2, não 3… mas 12 vezes (!) que John McCain estava absolutamente correcto em diferentes temas abordados. Erros primários para este “tennager” político que os democratas escolheram para candidato a presidente dos EUA. Apesar da opinião dos media portugueses e das estatísticas da CNN publicadas no “Público” de hoje, numa votação da FOX NEWS em tempo real, McCain vence o debate com 84% dos 92.000 votos. Assistam ao video:




publicado por Marco Moreira às 15:31
Domingo, 28 de Setembro de 2008
Depois da apoteótica convenção democrática americana, José Sócrates plagia o “Messianismo Obamico” em Guimarães com um mega-comício que arrisco considerar imoral, devido aos custos, que imagino, excedam o limite do razoável principalmente para as carteiras dos portugueses.
 
 
Mas o plágio não se resume à megalomania envolvente no comício socialista em Guimarães, mas à própria música adoptada para a questão. A banda-sonora de facto não me era estranha, mas foi precisa a ajuda dos media para descortinar qual era: “Os Homens do Presidente”. Pois é, os socratianos (e o próprio) estão tão deslumbrados com as ideias propagandistas dos democratas americanos que caíram no ridículo de até imitarem a banda-sonora da famosa série americana onde o jovem presidente é democrata.
 
O plágio continua com palavra-chave do slogan adoptado por Obama: MUDANÇA! Mas se no caso de Obama faz sentido, uma vez que Bush se encontra no poder à 9 anos, qual será o sentido que Sócrates quer dar com isto? A resposta é simples: Não faz sentido! Mas quem disse que é preciso ter sentido?
 
Sócrates precisa fazer só três coisas para manter-se no poder: o cabelo bem aparado, continuar a usar gravatas sem padrão e não responder aos interesses da nação com a sua boa dose de arrogância de quem nunca se engana e raramente tem dúvidas. (dejá vu). Aliado a isso basta a que a máquina de propaganda socialista continue atenta aos exemplos de Obama e ludibrie os portugueses com sua versão portuguesa.
 
Apesar de não ser derrotista, não vale a pena entrarmos em demagogias, deixemos isso para o nosso PM, afinal é um dos seus fortes. A máquina está oleada e não tem margem para erro. A única margem é ganhar com ou sem maioria absoluta, porque afinal de contas, como diz Jorge Coelho: “Ninguém brinca com o PS”. Resta-nos ter paciência e ver o nosso dinheiro ser estoirado em propaganda por mais uns tempos que certamente mais tarde passaremos a vê-lo ser estoirado em algo diferente. Não melhor… mas diferente.
 
Mas Sócrates não é de todo, desonesto. De facto existe mudança. Aparece agora mais “socialista” despindo a bandeira da globalização e do capitalismo e abraçando as frases feitas de Soares. A receita é simples: quem é capitalista, tem também dois dedos de testa e sabe que ele continua a ser liberal e “privatizador” apesar da utopia Soarista e a plebe ignorante vota no renovado delfim Soarista porque afinal, se Soares é fixe, Sócrates também (e com mais um ou dois mandatos, vai parar a Belém – rima e é bem verdade).
 
Fala do que o povinho quer ouvir e deixa as questões lobbistas para serem resolvidas pela sua elite longe dos olhos dos portugueses. A questão dos casamentos entre homosexuais não está na agenda porque simplesmente, os reformados socialistas que entopem estes comícios, não acham muita graça a estas relações “alternativas”. Sócrates tem muitas formas de colocar isso na agenda e não vai perder os votos dos reformados das excursões socialistas por causa dos gays. Afinal de contas existem mais reformados que gays que querem casar. Para além de que os gays sabem que ele é uma aliado da “igualdade” e vai agendar o tema para altura oportuna – para ele, claro. “Os trunfos são valiosos, não nos vamos pôr a gastá-los todos de uma vez” pensará o nosso Obama.
 
Quanto aos adversários políticos, em primeiro lugar tem a sorte de não os ter com força no seu próprio partido e depois tem a sorte de ter uma oposição num desnorte descuidado. Estão simplesmente de rastos, com as suas guerrilhas internas, a falta de ideologias consistentes e honestas e como se não bastasse a possibilidade de apoios políticos a figuras anedóticas como Santana Lopes. Desta forma Sócrates limita-se a desvalorizar seja o que for que venha da oposição. Quer com sua sátira pegajosa e hostil com que presenteia os seus adversários a cada pergunta mais incomoda, quer com a forma como castra qualquer debate de ideias, certamente influenciado pela ditadura socialista desse fenómeno existencial que é o seu querido amigo venezuelano, Hugo Chávez.
 
E o que dizer do fenómeno “Magalhães”? Mais um fenómeno messiânico. Parece já ninguém se preocupar com as crianças que fazem quilómetros todos os dias para ir à escola. Ninguém se preocupa com a falta de aquecimento nas mesmas. A colocação dos professores, etc.
 
Os problemas da educação ficaram completamente fulminados pela propaganda magalhónica. A imagem dos media com os flashes a captar fotos das criancinhas completamente obcecadas com o seu brinquedo novo são o prato do dia. Computadores em saldo foi a forma mais simples e brilhante como Sócrates respondeu ao problemas da educação. Uma vez mais Sócrates dá uma no cravo e outra na ferradura: «Computadores em Saldo para os pais e criancinhas ficarem contentinhos» versus «Acesso à banda larga mais cara da Europa para os capitalistas ficarem contentões». 
 
Mas para saberem mais sobre este fenómeno aconselho o artigo de José Pacheco Pereira no “Público”
 
A verdade é que vejo os portugueses a dizer que ele afinal tem feito umas coisas! Pois tem… chama-se engodo e os portugueses estão a empanturrar-se dele.


publicado por Marco Moreira às 03:39
Terça-feira, 09 de Setembro de 2008

Ana Gomes está inquieta! Logo após o parecer da juíza, que classificava de “erro grosseiro” a detenção de Paulo Pedroso, já todos esperávamos palavras de apreço para com a justiça, que realmente funciona, que de facto tarda, mas não falha… que podemos confiar no sistema judicial. Frases feitas.
 
Mas Ana Gomes, depois da inesgotável expressão da “cabala” eternizada por Ferro Rodrigues, decidiu enveredar por caminho idêntico. A expressão escolhida agora é “urdidura” e começa a roçar o limite do irracional, ao nível daqueles sujeitos que oferecem panfletos em Times Square sobre a teoria do “inside job” no 11 de Setembro.
 
Aproveitando a “boleia”, Carlos Cruz é também apontado como vítima do mesmo tipo de injustiça. Mas vamos a factos:
 
O tribunal (ou o juíz) é incompetente pela prisão preventiva exercida a Paulo Pedroso, não pela possível pena a aplicar ao arguído. Cabe lembrar que, o Sr. Paulo Pedroso processou os rapazes que o acusaram de abusos sexuais e não ganhou! Parece-me claro que o caso foi enterrado enquanto estava na “grey area” e que vai fazer com que inocentes e culpados nunca sejam, postos a nu - passe a redundância.
 
É escandaloso que, Paulo Pedroso, estando inocente, tenha de carregar sobre si o peso da incerteza de que é pedófilo para uma parte dos portugueses, conforme os “tribunais do povo” fizeram questão de lhe aplicar o título pelas ruas antes sequer de ser constituído arguido… quanto mais culpado. Através das notícias na imprenssa ficaram a saber-se de alegações e certezas provavelmente nunca teremos.
 
É um caso tem muito que se lhe diga, mas … para teorias de conspiração, convém ter o mesmo que a acusação de Paulo Pedroso também não tinha; provas.
 
Mas então porque é que Ana Gomes decidiu dar ao caso uma dimensão política, que vai muito além do sistema judicial?
 
Passemos os olhos pelo seu artigo no blog “Causa Nossa” sobre o tema:
 
«Para reparar o que ainda pode ser reparado o Estado português, através da Justiça, tem de ir mais além do que o reconhecimento do “erro grosseiro” e do pagamento de indemnizações: tem de fazer tudo para desenterrar a verdade e para identificar, expor e julgar os canalhas que instrumentalizaram jovens da Casa Pia, vítimas de abusos pedófilos, para acusarem falsamente Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues e Jaime Gama (está em causa a segunda figura mais alta do Estado, o Presidente da Assembleia da República).»
 
A culpa não deve nunca morrer solteira e, como um bom judeu que se preze, defendo a máxima de Moisés “Justiça, justiça deverás buscar” (Dt. 16:20). Mas o tom desvairado de Ana Gomes deixa escapar uma busca mais vingativa que justa. Uma caça às bruxas sob a bandeira da “urdidura”:
 
«Para reparar o que ainda pode ser reparado o Estado, através da Justiça, tem de fazer tudo para descobrir e revelar ao povo português o que moveu os canalhas que se conluiaram para montar a urdidura contra Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, Jaime Gama e todos os falsamente acusados. Uma urdidura montada para desviar atenções da investigação criminal sobre os frequentadores dos meninos da Casa Pia e do Parque, (…) Uma urdidura montada para também, de caminho, decapitar políticamente o PS de uma direcção que inquietava o “centrão” traficante de favores e negociatas à custa do Estado.»
 
Será que Ana Gomes sabe mais que nós? Eu estou mortinho por saber…


publicado por Marco Moreira às 08:12
Domingo, 24 de Agosto de 2008
 
Nos quatro dias de glória da Convenção Democrata não se falava de outra coisa senão Obama e Mudança. O “messias” democrata levou o seu rebanho ao nirvana com a retórica de Biden, Clinton e Ca. A máquina estava bem oleada e era arrasadora e irresistível para com os crentes da mudança. Uma mudança que os americanos poderiam Crer como uma fé. Perfeita, ou quase.
 
McCain, com um nome, arrasou por completo o hipnotismo político de Obama e seus acérrimos apoiantes. Anunciada sexta-feira logo após a Convenção Democrata, a escolha de Sarah Palin, Governadora do Alaska, para Vice-Presidente dos Repúblicanos, seca por completo o sucesso dos democratas.
 
18 milhões de democratas queriam uma mulher na Casa Branca e eis que é o republicano John McCain que lhes dá essa possibilidade.
 
Ao contrário da escolha de Biden nos democratas, que é uma clara escolha do aparelho e que serve essencialmente para colmatar a falta de experiência notória de Obama, McCain volta a ser igual a si próprio e transpira a imagem pragmática de uma mudança real sem recorrer a “messianismos” políticos.
 
Sarah Palin é fresca, perseverante, trabalhadora, coerente… uma fonte de virtudes no seio da conspiratória e falsa-moralista política americana.
 
Mãe de cinco filhos, o mais velho de 18 alistou-se para o Iraque e o mais novo sofre de Síndroma de Down. Palin decidiu escolher a vida, mesmo sabendo das suas condições clínicas ainda a tempo de escolher abortar. É uma activista Pró-vida, defensora do uso de armas para defesa pessoal e mais do que isso; é alguém que os americanos imaginam ter como vizinho, a fazer as compras e a mudar as fraldas dos filhos. É uma americana real e o símbolo da força “maverick”.
 
Com esta jogada de mestre, McCain consegue colmatar as suas lacunas e volta ele próprio a ficar fresco numa luta cada vez mais renhida. Volta a lutar pelo eleitorado feminino, o eleitorado trabalhador e o eleitorado evangélico, para não falar no poderoso “lobby” das armas.
 
Nada mau para um velhote!


publicado por Marco Moreira às 15:27
 
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