Quarta-feira, 04 de Novembro de 2009

 

Enquanto Judeu, um crucifixo "não me aquece, nem me arrefece". Não o vejo como símbolo de terror do passado inquisitorial da Igreja, nem como símbolo de salvação teológica. Vejo-o sim como um símbolo importantíssimo para um grupo religioso chamado Cristãos.

 

Somente a estes o símbolo poderá ter importância particular relevante. No caso, este será um símbolo de gratidão e de lembrança pelo martírio daquele que os Cristãos entendem por Salvador.

 

Pessoalmente, a única importância que reservo a este símbolo é que, como todos os outros símbolos religiosos, é ele próprio um símbolo de liberdade religiosa e de tolerância entre as nações. Proibí-lo é reduzir o crucifixo a outros, declaradamente usados para o mal, como a suástica nazi, por exemplo. - não confundir com a suática jainista (similar na forma, mas diferente)

 

Baseado nesta concepção de liberdade custa-me conceber a atitude do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, apesar de algumas posições anedóticas que a tempos nos vai habituando. A única intolerância que podemos ter é pela violência, pelo terror, pelo totalitarismo, pela fome e outros males que tais. Intolerar um símbolo religioso é intolerar o nosso próximo, logo intolerar a Humanidade. Os ateístas aplaudem a "lei" baseados numa espécie de vingança póstuma aqueles que usaram a religião para violentar inocentes. A estes resta-me dedicar-lhes repúdio e desprezo e lembrá-los citando Joseph Roth que:

 

«Não existe nobreza sem generosidade, assim como não existe sede de vingança sem vulgaridade»



publicado por Marco Moreira às 10:36
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009

Baseado numa história verídica. Este pequeno clip foi criado pelo governo da República da Macedónia (Ministério da Educação e Ciência). A campanha tinha como alvo promover a educação religiosa. O mote: "Religião também é conhecimento"

 



publicado por Marco Moreira às 14:41
Domingo, 18 de Outubro de 2009

 

«a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana» (...) «A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!» Entrevista de José Saramago à Lusa em 18.10.2009

 

O proselitísmo ateísta de Saramago não é novidade. O seu ateísmo militante resulta da intolerância para com a religião e da defesa de um totalitarismo intelectual. Aquilo que o move é mais que uma ideologia política. De outra forma não se poderia compreender que aquilo que Saramago quer fazer com a sua provocação a um livro sagrado para judeus e cristãos é tão somente um acto de propaganda da face mais negativa do capitalismo desenfreado.

 

Neste caso partícular, indiferente ao paradoxo, o escritor comunista utiliza a forma mais arcaica de propaganda para um fim capitalista. O alvo: a religião. O fim: a venda do seu próximo romance. A polémica acende uma espécie de fogueira de vaidades com que pretende incendiar a opinião pública e incitar os media a falarem do seu "Caim", claramente mais do que este merece.

 

Saramago sabe que as banalidades boçais com que entope os jornais, rádios e TV's são pérolas mediáticas, apesar de estarem ao nível das crises religiosas da adolescência. "A mim não me enganas tu" é o refrão de uma música que a minha avó me costumava cantar e serve que nem uma luva, para uma resposta popular apropriada à "demência" vinda de Lanzarote.

 

Tristes daqueles que o levam a sério, porque o que este faz é puro calculismo financeiro. Como defendo a máxima que aqueles que são (só) imbecis devem ser ignorados, não leio, nem compro... a não ser que seja para fazer aquilo que o João coloca no seu blog "A Geografia das Curvas".



publicado por Marco Moreira às 21:44
 
Pesquisar neste blog
 
Ligações