Quinta-feira, 07 de Outubro de 2010

 

Um casal de neo-nazis polacos, que começaram a namorar ainda jovens e mais tarde tornaram-se skinheads descobriram um chocante segredo familiar: eram Judeus.

 

Pawel e Ola, identificados somente pelos nomes próprios, são tema central de um documentário da CNN sobre polacos que estão a re-descobrir as suas origens judaicas depois dos seus familiares esconderem a identidade, para escapar às perseguições durante a 2.ª Guerra Mundial.

 

Ola descobriu a partir do Instituto de História Judaica de Varsóvia que ambos eram tecnicamente Judeus. Na altura, ela e Pawel eram activos membros do movimento Neo-Nazi de Varsóvia:

«Eu era nacionalista a 100%. Nessa altura, quando eramos skinheads, girava tudo à volta da supremacia ariana... que os Judeus eram a maior praga e o pior dos males do mundo» confessou Pawel.

 

Hoje vivem de acordo com as mitzvoth, na sinagoga ortodoxa local...

 

[ Via CNN ]


sinto-me:

publicado por Marco Moreira às 11:24
Terça-feira, 28 de Setembro de 2010

 

Tema interpretado pelos hazzanim Naftali Herstik, Benzion Miller e Alberto Mizrahi na Sinagoga Portuguesa de Amesterdão - a Esnoga.


sinto-me:

publicado por Marco Moreira às 23:29
Sábado, 25 de Setembro de 2010

No primeiro dia tomareis para vós o fruto de árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso D'us por sete dias. E celebrá-la-eis como festa ao Senhor por sete dias cada ano; estatuto perpétuo será pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis.  Por sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas de ramos - Vayicrá 23:40-43

 

O livro de Levítico fala-nos das 4 espécies - arbaá minim - a ser usadas na observância da festividade de Sucot, a festa das cabanas.

 

 

 

 

São usadas todos os dias em que se celebra a festividade com a excepção do dia de Shabat. As 4 espécies são: etrog (uma fruta cítrica peculiar) , lulav (folha de palmeira), hadassim (ramos de murta), aravá (ramo de salgueiro).

 

Os antigos Sábios relacionaram variados significados para cada uma das espécies. Foram ligadas a características humanas: generosidade, orgulho, beleza e humildade, respectivamente. Outros insistiram que as 4 espécies representam os quatro elementos da natureza - terra, ar, fogo e água.  E outros ainda, ligaram os mesmos simbolicamente a partes do corpo humano. O etrog, de forma relativamente parecida ao coração, simboliza o serviço a D'us. O lulav, representa a espinha, a fundação do corpo. Os hadassim, assemelham-se ao olho humano. E aravá simboliza os lábios, com os quais  podemos orar e dar graças.

 

Até em cada fragrância e sabor das espécies, foram dados significados "ocultos" que representariam o carácter das pessoas. O etrog, bonito em forma e de agradável odor é equiparado a alguém justo e inteligente. O lulav, que tem fruto mas não tem odor, assemelha-se a quem é culto mas lhe faltam as boas acções. Os hadassim, possuem odor mas sem fruto, são comparados alguém justo mas sem educação. E aravá, sem fruto ou sabor, representa aqueles que permanecem sem educação e sem boas acções.

 

Maimonides, no seu "Guia dos Perplexos", destaca que D'us comandou os Israelitas de pegar nestas 4 espécies durante o festival, para lembrá-los que foram trazidos do deserto, onde nenhuma fruta crescia e nenhum povo vivia, para uma terra com água - a terra onde flui leite e mel. Por esta razão D'us comandou os Judeus de segurar nas suas mãos o precioso fruto da terra, enquanto cantam salmos de agradecimento a quem lhes trouxe milagres em tempos antigos durante esta mesma estação. Tempos de alegria e épocas de contentamento para todos...

 

Moadim l’simcha, chagim u’zemanim l'ssasson


sinto-me:

publicado por Marco Moreira às 23:36
Quarta-feira, 22 de Setembro de 2010

 

2010 © Brian Lasky - Escolhendo um Lulav em Mea Shearim, Jerusalém

(Foto tirada há dois dias)



publicado por Marco Moreira às 13:33
Domingo, 19 de Setembro de 2010

 

Existem diferenças entre arrependimento durante o ano e arrependimento durante o dia de Kipur?

 

Maimonides em Hilchot Teshuvá 1:1, ensina que viduy contém três elementos. Primeiro, devemos confessar a transgressão. Segundo, devemos mostrar remorso pela violação dos preceitos. Terceiro, devemos garantir que não iremos cometer as transgressões de futuro.

 

Relativamente ao viduy de Yom Kipur, Maimonides em Hilchot Teshuvá 2:8 deixa implícito que a simples confissão é suficiente. O remorso e a garantia da não transgressão futura não estão incluídas no viduy de Yom Kipur. No próprio livro de rezas organizado por Maimonides, bem como muitas outras edições de hoje não estão incluídos os dois últimos elementos.

 

Não serão eles necessários em Yom Kipur?

 

O Rabino Joseph Soloveitchik apresenta duas abordagens diferentes para este problema em Hererei Kedem 1:44. Primeiro, o viduy de Yom Kipur assume à partida que por esta altura já teremos de ter feito o processo de teshuvá. A razão pela qual é recitado o viduy em Yom Kipur baseia-se na obrigação de recitar o mesmo num momento de expiação. Mas se não fizermos a teshuvá apropriada antes de Yom Kipur deveremos incluir os três elementos em Yom Kipur.

Relativamente à expiação de Yom Kipur, a Guemará (Shavuot 13a), destaca uma disputa entre Rebbi e Chachamim. Rebbi é da opinião que o dia de Kipur providencia expiação mesmo para aqueles que não se arrependem. Chachamim discorda e reforça que sem expiação anterior, Yom Kipur não pode só por si expiar os pecados de quem não fez o "trabalho-de-casa".

 

Com base no dogma meritocrata do Judaísmo, Maimonides  regula de acordo com a opinião de Chachamim em Hilchot Teshuvá 1:3.

 

 

Glossário:

 

Yom Kipur - Dia do Temor (dia mais solene do calendário judaico)

viduy - confissão

teshuvá - arrependimento; retorno a D'us



publicado por Marco Moreira às 22:58
Domingo, 28 de Março de 2010

O que devemos pensar do «filho mau», que nos desafia a todos à volta da mesa do Seder de Pessah (Páscoa judaica) com a questão “O que esta práctica significa para vós?” Primeiro podem não se aperceber que o «filho mau» está a citar a Torah - Êxodo 12:26, para ser preciso. No seu contexto original (a primeira celebração do Pessah, na véspera do Êxodo do Egipto), a questão foi emoldurada como aquela que será colocada por futuras gerações, e recebe uma resposta frontal, uma explicação para o significado de Pessah.

 

A Haggadah, no entanto, vê a questão numa luz menos positiva, obviamente expressa com a catalogação do filho como sendo “mau”. Indica que perguntar o que Pessah significa para “vós” resulta da hostilidade do filho para com a comunidade. Somos instruídos para sermos amargos na nossa resposta ao filho e citar as Escrituras de volta para ele: “Foi por causa do que D’us fez para MIM quando EU fui libertado do Egipto” (Ex. 13:8) “Estivesses lá estado tu, «filho mau», terias sido deixado para trás.” Dois livros recentes usam a questão do «filho mau» como ponto de partida para ligações com a alienação de muitos Judeus contemporâneos com a sua comunidade.

 

David Mamet, no seu livro The Wicked Son: Anti-Semitism, Self-Hatred and the Jews (parte de uma fabulosa série da editora NextBook), começa com a premissa que “o mundo odeia Judeus” e assim sendo, todos os Judeus têm de escolher um dos lados: “Dentro ou fora”. Ele escreve que “a maldade do «filho mau»” significa que “ele não defende aqueles que o defenderiam”

 

Ele sente-se livre para tomar prazer da sua herança intelectual, o amor Judaico pelo estudo, e reverência pela realização; ele toma prazer, consciente ou não, da herança milenar da Lei Judaica e seus valores; ele toma prazer da sua vida, a qual lhe teria sido negada e a seus ancestrais na Europa que sofreram para partir, ele goza do direito de protecção da comunidade que ele nega e, apesar de tudo, papagueia “Os meus pais eram Judeus, mas eu não me considero Judeu.” (pág. 128-9)

 

No seu livro, Mamet procura direccionar uma chamada de atenção a este tipo de Judeus, dizendo a todos os «filhos maus» para deixarem de culpar a Comunidade Judaica pelas suas falhas e de terem orgulho na sua herança como descendentes de “reis e rainhas, uma nação sagrada e um reino de sacerdotes.” (pág. 180)

 

Uma resposta completamente diferente é oferecida por Mitchell Silver em Respecting the Wicked Child: A Philosophy of Secular Jewish Identity and Education. Ele observa que o “pecado” do «filho mau» é a expressão de alienação da tradição enquanto os outros filhos questionam como se celebra o Seder apropriadamente ou o seu significado. Notando que para Judeus liberais ou seculares, não é somente um desafio encontrar razões para manter a identidade Judaica.

 

Também é difícil superar razões contra manter a identidade Judaica. Os mais fortes argumentos para a assimilação advêm do Iluminismo liberal de uma humanidade comum universal. Nesta visão, tudo o que é significativamente humano é, ou procura ser, universal…

 

Silver toma uma visão muito mais positiva do «filho mau» que Mamet, escrevendo que “entre os Judeus contemporâneos há muitos «filhos maus», e merecem respostas que equivalem a mais que uma demissão tradicional desdenhosa.” (pág. 1)

 

O livro de Silver tenta fornecer uma base filosófica para uma identidade Judaica os valores liberais e seculares. A sua premissa é que “a questão do «filho mau» tem uma certa prioridade lógica e moral” sobre o «filho sábio» que consiste em compreender os detalhes da observância do Seder. Uma vez que o «filho mau» fica satisfeito com um entendimento mais geral “do que se trata, o desejo pelos detalhes seguirão. A transição de malvadez a sabedoria, da separação a comunhão, é natural” (pág. 189).

 

Pessoalmente gostaria de escolher um meio-termo entre a visão condenatória de Mamet e a abordagem celebrativa de Silver em relação ao «filho mau». Por um lado, a questão colocada por este é legítima. Afinal de contas, no Seder somos instruídos a convidar todos que têm fome a se juntarem a nós, e o «filho mau» poderá ser um convidado a quem tudo isto é estranho e – quem sabe – talvez nem seja Judeu? Pelo menos o «filho mau» presta atenção suficiente para colocar a questão! Por outro lado, quero levar a Haggadah a sério em mencionar o filho como «mau».

 

A resposta da Haggadah só faz sentido se ouvirmos na questão não somente a voz do Judeu alienado que tenta encontrar um lugar na comunidade, mas também a voz da apatia, da hostilidade, de um desafio para a legitimização do Seder de Pessah e para a comunidade de todos os presentes: “Prova-me que isto vale a pena ser feito, que devo-me considerar um de vós.” Ainda assim, apesar de a questão do «filho mau» ser confrontadora, prefiro tê-lo à mesa – desconfortavelmente irritado, talvez – em vez de não o ter presente de todo.

 

Gostaria de agradecer ao «filho mau» por se juntar a nós para o Seder, apesar deste ter sentimentos de alienação e fúria. Sugiro que – e aqui, penso que a Haggadah concorda comigo – todos os quatro filhos devem estar presentes na mesa. Devemos estar felizes quando o «filho sábio» pretende estar nesta mesma mesa em vez de preferir um Seder composto somente de outros sábios, mas estando disposto a sofrer com as questão do «filho simples» (provavelmente com muitos suspiros saturados). O «filho simples» também deve achar as questões meticulosas do «filho sábio» entediantes, enquanto espera impacientemente durante a explicação detalhada das leis do afikoman.

 

Penso que não devemos ser lestos a dispensar o «filho mau», assim como a ignorar o silêncio do «filho que-ainda-nem-sabe-perguntar», nem sequer ficarmos frustrados com as intermináveis questões do «filho sábio» e do «filho simples». Todas as vozes devem ser ouvidas. Prefiro um Seder onde a questão do “mau” é colocada, em vez de deixá-lo ir calado, recusando-me sequer a ouvi-la...



publicado por Marco Moreira às 00:37
Sexta-feira, 08 de Janeiro de 2010

 

No início da coluna da direita em "Biblioteca On-Line" poderão fazer 2 downloads gratuítos dos seguintes livros:

 

  • «Philosophy of Judaism» do Rabbi Reuven Mann
  • «Philosophy of Torah» do Rabbi Israel Chait

 

* ambos em inglês



publicado por Marco Moreira às 11:18
Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2009

 

António Nunes Farias e Mário Jorge Raposo, jornalista e repórter de imagem da Rádio Televisão Portuguesa, para além das suas funções laborais, partilham o gosto pela fotografia e também pela história que envolve o maior conflito bélico da história da Humanidade.

 

No ano passado, Mário Raposo viajou até ao campo de concentração de Auschwitz, hoje transformado em museu, e foi também testemunha da “Shoah”, nome hebraico para definir holocausto, extermínio, genocídio”. A passagem por um lugar onde há cerca de 70 anos foram assassinados milhões de seres humanos marcou este repórter de imagem. Um ano depois, foi a vez de António Nunes Farias se deslocar a uma outra cidade polaca, Treblinka, e registar também em imagens, as provas ainda visíveis daqueles dias negros, em que o partido nazi confinava a guetos, o povo judaico.

 

O resultado dessas duas visitas acabou por dar origem a uma exposição fotográfica composta por 20 imagens, tendo cada um dos autores escolhido dez visões diferentes dos locais onde foram para expressar a sua leitura desta passagem negra da história. A mostra, intitulada “Shoah” foi inaugurada no dia 20 de Dezembro, no Museu Judaico de Belmonte e estará patente até ao dia 20 de Janeiro de 2010. A mostra irá depois passar por todas as lojas “Ponto Já” da região e também diversas escolas. O evento é também possível devido ao patrocínio do Instituto Português da Juventude, através da Direcção Regional do Centro e da Empresa Municipal de Belmonte.

 

[Via Associação Memória e Ensino do Holocausto]

 

Contactos para informações:

t: 272 348 000 | e: ipj.cbranco@ipj.pt

t: 275 913 505 | e: museujudaico.belmonte@net.vodafone.pt



publicado por Marco Moreira às 15:21
Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2009

A Sinagoga de Ben-Ezra, por vezes conhecida como sinagoga El-Guenizah, está situada no distrito de Fustat no Egipto, mais concretamente no Cairo cóptico. Para além de ser a mais antiga sinagoga egípcia, é também caracterizada pela fusão entre uma arquitectura cristã com arabescos islâmicos e ornamentos judaicos. A sua história é também ela uma fusão: entre realidade e lenda. Por exemplo; diz a lenda que é o local onde a cesta com o profeta Moisés foi recolhida das águas.

 

Sob o reino do rei babilónio Nabuchadnezzar II, os Judeus retornados ao país guiados pelo profeta Jeremias, encontraram acidentalmente vestígios de Moisés, e lá, muito perto da cidade de Guizeh, criaram uma sinagoga com o nome “Jeremias”. Dentro deste santuário foi edificado um lugar especial chamado Guenizah onde um rolo de uma Torah incompleta atribuído a Ezra Sofer (Ezra, o Escriba), foi enterrado.

 

Em várias obras, muitos historiadores citam a sinagoga como situada nestas paragens. Um deles, Benjamin de Tudèle, vindo de Espanha em 1169 escreve no seu livro escrito (em 1170) que visitou a sinagoga num lugar chamada Antiga Cairo e que lá, descobriu o rolo da Torah de Ezra, o Escriba. Outro historiador, o famoso historiador judeu italiano Jacob de Vittelina, chegado ao Egipto antes do anterior faz alusão a esta sinagoga. Um terceiro, Rabbi Yosef relata na sua obra redigida em 1630 que a inscrição original de Sambar à Universidade de Bodelaine (Oxford) contém várias referências relativas à sinagoga de Ben-Ezra da Antiga Cairo. Entre estas referências, há uma passagem assinalada na obra “Khetat” do historiador El-Makrizi que viveu no século XIV:

 

«Durante a minha visita à sinagoga da Antiga Cairo, encontrei do lado do sul um lugar onde vários séculos anteriormente, o antigo Sefer Torah de Ezra, o Escriba foi depositado».

 

O Dr. Salomon Schechter da Universidade da Columbia, chegado ao Egipto no tempo de Lorde Cromer, apoiou os relatórios precedentes a respeito da sinagoga.

 

Aquando da invasão do Egipto pelos Romanos (Ano 30 antes da Era Comum), os invasores destruíram a sinagoga do profeta Jeremias. No ano 641, Amr Ibn Al-Ás, o grande general árabe, venceu os Romanos na Babilónia e restituiu aos seus proprietários os bens usurpados pelos Romanos. Os Coptas reclamaram então o terreno sobre o qual tinha sido edificada a antiga sinagoga de Jeremias, justificando a sua queixa pelo facto de Jeremias ser citado no Novo Testamento como um dos seus profetas. Como eram mais numerosos que os judeus, tiveram êxito a convencer Amr Ibn Al-Ás e o terreno foi-lhes atribuído. Sobre este mesmo terreno, os Coptas construíram então uma igreja que o historiador El-Makrizi chama na sua obra a Igreja do Anjo Gabriel. Quanto aos outros historiadores, referem-se chamando-o Igreja de São Miguel. O Dr. Richard Gotheil da Universidade de Columbia e o professor William Worell da Universidade de Michigan, na sua obra “Cairo” reportam que a Igreja foi destruída pelo califa fatímida El-Hakim BI Amr-Ellah.

 

Em 868, Ahmed Ebn Touloun, governador do Egipto, impôs ao Coptas um tributo anual de 20.000 dinares de ouro.

 

No ano 1115, o Grão-Rabino Abraham Ibn Ezra viajou de Jerusalém ao Egipto. Dirigiu-se às altas patentes estatais e fez-lhes saber que estava a par da história da sinagoga afirmando direito de possessão do terreno. Seguidamente interveio junto do Patriarca Alexandre 56 dizendo-lhe que a sinagoga devia ser restituída aos Judeus. O Patriarca respondeu que o governador reclamaria o tributo anual de 20.000 dinares. Por último, foi decretado que a sinagoga era restituída aos Judeus quando o tributo fosse vertido. Ben-Ezra (correspondente hebraico para Ibn Ezra) reconstrói então a sinagoga que tem ainda hoje o seu nome.

 


Em baixo poderá ver fotos da Sinagoga Ben-Ezra, gentilmente cedidas pelo Dr. Joshua Ruah:

 

Para ver em pormenor basta clicar nas fotos

 

 

a ler também neste blog: A GUENIZAH DO CAIRO



publicado por Marco Moreira às 11:21
Segunda-feira, 14 de Dezembro de 2009

Jovens sobreviventes do Holocausto celebram Hanukah no Campo de Refugiados de Landsbeg em 1945 ~ Foto do Holocaust Memorial Museum

 

Num Chumash com boa impressão e edição, o número de versos e mesmo o número de palavras de cada parashah (porção de leitura semanal da Torah) estão colocados na maneira tradicional: as 22 letras do alfabeto hebraico usado como números. Na porção semanal Miketz, há 146 versos, que correspondem numericamente aos nomes de dois reis de Judah: Yehizkiyahu e Amatziah. Numa coincidência quase inacreditável, o nomes Yehizkiyahu e Amatziah têm exactamente o mesmo mnemónico usado para a primeira porção da Torah; sidrah Bereshit. Bereshit também contém 146 versos.

 

Naturalmente, isto significa que Miketz e Bereshit têm determinados temas em comum. Bereshit, a porção da Criação, proclama a omnipotência majestática de D’us. Enquanto Criador do universo, só D'us o sustém e determina o seu curso. Na sidrah Miketz, encontramos o Faraó a considerar-se um deus e o Egipto adorando o Nilo como sua divindade. Através da fome e da abundância, D’us exibe sem dúvida alguma que só Seu é o poder. O Faraó e o seu povo são forçados a reconhecer que são subservientes de Yosef, cuja distinção é que, seja qual for a sua posição - escravo ou vice-rei - este permanece verdadeiramente um servo de D'us.

 

Mas, há mais… Só na sidrah Miketz há um mnemónico fornecido para o número de palavras: 2.025. Isto é, nada mais nada menos que uma alusão a Hanukah, que normalmente cai na semana de Miketz, como neste ano. Em Hanukah, acendemos uma nova vela — em hebraico Ner - para cada uma das oito noites. O valor numérico de Ner é 250. Assim, as oito luzes de Hanukah dão um total de 2.000. E Hanukah começa a 25 de Kislev. Assim, 2.025 é uma alusão às luzes e a data de Hanukah.

 

O tema de Hanukah é especialmente apropriado a Miketz. Homenageamos mesmo o primeiro dia em que a chama é acesa, embora o óleo da menorah fosse suficiente para queimar durante um dia sem intervenção milagrosa. Ao fazer isto, testamos a nossa crença para coisas que parecem naturais e costumeiras - como tantos fazem na porção Miketz — são realmente manifestações da vontade Divina.



publicado por Marco Moreira às 17:05
 
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