Estreia amanhã à noite na sala vermelha do TEATRO ABERTO uma peça em que se cruzam duas figuras incontornáveis da história europeia do sec. XX: Hannah Arendt e Martin Heidegger.
A teorista politica judia Hannah Arendt é lançada num tumulto quando o seu amante e conselheiro, o filósofo Martin Heidegger, desenvolve laços com partido nazi e torna-se um vocal defensor de Hitler. Depois da guerra, Hannah volta a Alemanha e tem de pesar as consequências de perdoar Martin pelas suas acções e interroga se amor verdadeiramente pode conquistar todo.
A dramaturgia da peça recorre à duplicação das cenas, que ao mesmo tempo em que estão ser representadas pelos actores, são filmadas e exibidas em três painéis no fundo do palco. De acordo com a produtora «é uma peça onde o universo mais íntimo das personagens se mistura com a política, a história e a ética, colocando questões pertinentes ao espectador de hoje».
A frase "os opostos atraem-se" nunca terá sido tão adequadamente aplicada a um casal tão paradoxal e confuso como Arendt e Heidegger. Alguém familiarizado com os trabalhos de ambos tem em alguma dificuldade em ponderar sobre o desígnios do amor e da razão. Kate Fodor terá ponderado mais firmemente que a maioria de nós e fez nascer esta peça.