Domingo, 25 de Outubro de 2009

'TODO-O-MUNDO' não é uma alegoria; é uma narrativa real. Não é sobre todo-o-mundo; é sobre um indivíduo específico. Não trata simplesmente de um Judeu secular nova-iorquino, com um irmão "avaliado" em cinquenta mil dólares, três esposas e a oportunidade de uma relação fugaz com uma modelo dinamarquesa. Ainda assim, a vida do protagonista liga-se a aspectos da experiência humana de forma dura e profunda. Um homem de setenta e um anos, multi-divorciado, bem sucedido na área da publicidade, encara a sua deterioração física aproximando-se da morte - sem a ajuda da religião ou da filosofia.

São três, os temas principais. O primeiro é a exploração do provérbio escocês «um membro masculino despertado não tem consciência» … enfim, não é bem assim mas preferi o decoro à ordinarice. Isto é, quando este segue os seus impulsos os resultados são geralmente desagradáveis. O segundo e mais complexo tema, é a ilustração da noção de Yeats, segundo a qual à medida que envelhecemos sentimos um crescendo como se o coração estivesse «amarrado a um animal moribundo». O livro é uma meditação sobre a morte, mas mais em particular uma meditação na forma como o nosso corpo falha e nos trai. O terceiro é a importância da família e amigos. A família, em particular, um nexus de relacionamentos que temos por importante assim que paramos de ser egoístas e começamos a tornarmo-nos mais sábios.

Uma estória excepcionalmente escrita e inspirada. É um livro severo sem ser deprimente. Erótico sem ser escandaloso. Rico em detalhes e descrições. Um romance "rápido e brutal, acerca de um assunto comum e pesaroso".

Em baixo têm a oportunidade de ouvir uma entrevista que Philip Roth deu à NPR (National Public Radio) em Maio de 2006:



publicado por Marco Moreira às 22:31
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009

 

Richard Zimler, a propósito do seu último romance «Os Anagramas de Varsóvia», explica em entrevista conduzida por Carlos Vaz Marques na TSF, porque se sente na obrigação de escrever sobre a história dos judeus e conta de que modo se sente um escritor português apesar de escrever em inglês.



publicado por Marco Moreira às 09:11
 
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