Depois da apoteótica convenção democrática americana, José Sócrates plagia o “Messianismo Obamico” em Guimarães com um mega-comício que arrisco considerar imoral, devido aos custos, que imagino, excedam o limite do razoável principalmente para as carteiras dos portugueses.
Mas o plágio não se resume à megalomania envolvente no comício socialista em Guimarães, mas à própria música adoptada para a questão. A banda-sonora de facto não me era estranha, mas foi precisa a ajuda dos media para descortinar qual era: “Os Homens do Presidente”. Pois é, os socratianos (e o próprio) estão tão deslumbrados com as ideias propagandistas dos democratas americanos que caíram no ridículo de até imitarem a banda-sonora da famosa série americana onde o jovem presidente é democrata.
O plágio continua com palavra-chave do slogan adoptado por Obama: MUDANÇA! Mas se no caso de Obama faz sentido, uma vez que Bush se encontra no poder à 9 anos, qual será o sentido que Sócrates quer dar com isto? A resposta é simples: Não faz sentido! Mas quem disse que é preciso ter sentido?
Sócrates precisa fazer só três coisas para manter-se no poder: o cabelo bem aparado, continuar a usar gravatas sem padrão e não responder aos interesses da nação com a sua boa dose de arrogância de quem nunca se engana e raramente tem dúvidas. (dejá vu). Aliado a isso basta a que a máquina de propaganda socialista continue atenta aos exemplos de Obama e ludibrie os portugueses com sua versão portuguesa.
Apesar de não ser derrotista, não vale a pena entrarmos em demagogias, deixemos isso para o nosso PM, afinal é um dos seus fortes. A máquina está oleada e não tem margem para erro. A única margem é ganhar com ou sem maioria absoluta, porque afinal de contas, como diz Jorge Coelho: “Ninguém brinca com o PS”. Resta-nos ter paciência e ver o nosso dinheiro ser estoirado em propaganda por mais uns tempos que certamente mais tarde passaremos a vê-lo ser estoirado em algo diferente. Não melhor… mas diferente.
Mas Sócrates não é de todo, desonesto. De facto existe mudança. Aparece agora mais “socialista” despindo a bandeira da globalização e do capitalismo e abraçando as frases feitas de Soares. A receita é simples: quem é capitalista, tem também dois dedos de testa e sabe que ele continua a ser liberal e “privatizador” apesar da utopia Soarista e a plebe ignorante vota no renovado delfim Soarista porque afinal, se Soares é fixe, Sócrates também (e com mais um ou dois mandatos, vai parar a Belém – rima e é bem verdade).
Fala do que o povinho quer ouvir e deixa as questões lobbistas para serem resolvidas pela sua elite longe dos olhos dos portugueses. A questão dos casamentos entre homosexuais não está na agenda porque simplesmente, os reformados socialistas que entopem estes comícios, não acham muita graça a estas relações “alternativas”. Sócrates tem muitas formas de colocar isso na agenda e não vai perder os votos dos reformados das excursões socialistas por causa dos gays. Afinal de contas existem mais reformados que gays que querem casar. Para além de que os gays sabem que ele é uma aliado da “igualdade” e vai agendar o tema para altura oportuna – para ele, claro. “Os trunfos são valiosos, não nos vamos pôr a gastá-los todos de uma vez” pensará o nosso Obama.
Quanto aos adversários políticos, em primeiro lugar tem a sorte de não os ter com força no seu próprio partido e depois tem a sorte de ter uma oposição num desnorte descuidado. Estão simplesmente de rastos, com as suas guerrilhas internas, a falta de ideologias consistentes e honestas e como se não bastasse a possibilidade de apoios políticos a figuras anedóticas como Santana Lopes. Desta forma Sócrates limita-se a desvalorizar seja o que for que venha da oposição. Quer com sua sátira pegajosa e hostil com que presenteia os seus adversários a cada pergunta mais incomoda, quer com a forma como castra qualquer debate de ideias, certamente influenciado pela ditadura socialista desse fenómeno existencial que é o seu querido amigo venezuelano, Hugo Chávez.
E o que dizer do fenómeno “Magalhães”? Mais um fenómeno messiânico. Parece já ninguém se preocupar com as crianças que fazem quilómetros todos os dias para ir à escola. Ninguém se preocupa com a falta de aquecimento nas mesmas. A colocação dos professores, etc.
Os problemas da educação ficaram completamente fulminados pela propaganda magalhónica. A imagem dos media com os flashes a captar fotos das criancinhas completamente obcecadas com o seu brinquedo novo são o prato do dia. Computadores em saldo foi a forma mais simples e brilhante como Sócrates respondeu ao problemas da educação. Uma vez mais Sócrates dá uma no cravo e outra na ferradura: «Computadores em Saldo para os pais e criancinhas ficarem contentinhos» versus «Acesso à banda larga mais cara da Europa para os capitalistas ficarem contentões».
Mas para saberem mais sobre este fenómeno aconselho o
artigo de José Pacheco Pereira no “Público”
A verdade é que vejo os portugueses a dizer que ele afinal tem feito umas coisas! Pois tem… chama-se engodo e os portugueses estão a empanturrar-se dele.