Segunda-feira, 28 de Julho de 2008
Angola, Líbia e Venezuela são os mais recentes alvos daquilo que alguns já apelidaram de "política dos afecto". Eu chamo-lhe "A Política da pequenez" porque penso ser este o substantivo mais adequado à figura vergonhosa do nosso primeiro-ministro, José Sócrates, nas recentes aparições públicas com os líderes destas três nações.
 
Cartoon de Pedro K. no jornal “Meia Hora” de 25/7/2008
 
Parece-me óbvio que Portugal tem de se esforçar por ter negócios com os países que lhe proporcionem melhores condições de suportar até ao humanamente possível as subidas dos preços dos combustíveis.
 
Não quero ser moralista e criticar simplesmente o facto de termos negócios com esta gente – entenda-se: seus líderes. Isso seria pura demagogia. Pura e simplesmente Portugal não se pode dar ao luxo de não ter quaisquer negócios com países cuja democracia é claramente inexistente.
 
José Eduardo dos Santos faz eleições quando quer e lhe apetece e nos últimos 20 anos tem-lhe apetecido pouco. O “Sr. da Tenda” de sua graça Muammar Kadhafi é um ditador em estado puro e o Sr. Hugo Chavez é um ditadorzinho disfarçado de socialista… quando a nuvem da derrota se aproxima amua, ameaça e trata de ganhar as eleições recorrendo a todos os meios legais e menos legais. Mas de facto “Não é dos piores” como fez questão de salientar Clara Ferreira Alves no último «Eixo do Mal».
 
Têm todos telhados de vidro e mais do que isso, mas uma vez que não somos polícias do mundo nem temos o dever moral de ser exemplo democrático para ninguém não nos enganemos: precisamos deles. Destes países e do apoio dos seus líderes, bem ou mal eleitos, designados ou auto-proclamados.
 
O meu problema com Sócrates não é esse. Mas nem por isso lhe confio destreza política nesta solução. Vejo-a como senso comum. É natural que queiramos comprar gasolina mais barata a estes renegados da democracia pois só com a ajuda deles podemos ter uma chance de negócios credíveis e com resultados a curto e médio-prazo.
 
Mas a forma infantil e enjoativa com que Sócrates brindou os seus novos parceiros de negócios foi absolutamente desmesurada. Os sorrisos de orelha a orelha, o brilhar dos olhos, os fogosos apertos-de-mão, causaram a todos os portugueses com um pingo de auto-estima uma certa azia. Recordo-me de ver o presidente de Angola de certa forma espantado com tamanha boa disposição de Sócrates quando no fundo se ia pura e simplesmente discutir negócios e parcerias. Não se tratava da assinatura de um tratado de paz depois de uma guerra sangrenta. Não se tratava de um qualquer pagamento de dívidas de Angola para com Portugal. “Porque raio está ele tão contente” parecia dizer o olhar intimidado de José Eduardo dos Santos.
 
Já Kadhafi aproveitou a boleia e abraçou-o uma, duas, três vezes. “Este gosta de mim…” parecia dizer inchado de orgulho e de rosto o “Sr. da Tenda”.
 
Cháves por sua vez dizia quase emocionado que não compreendia como um país com ligações tão próximas de Portugal esteve tão longe nos negócios durante tanto tempo. Parece que Sócrates até “fazia o frete” de aparecer em mais um poster de campanha d’El Presidente venezuelano, desta feita com autorização do nosso PM.
 
Parece mentira que alguém tão arrogante possa descer a um nível tão deprimente e que não se aperceba do vexame que causou aos portugueses que ainda são orgulhosos de ser democratas.
 
Com imagens tão inacreditáveis confesso que poucas foram as frases que me prenderam a atenção em todo este mistifório político, mas recordo de Sócrates ter feito esta magnífica apreciação:
 
«Venho aqui dar uma palavra de confiança a Angola no trabalho que o Governo angolano tem feito que é, a todos os títulos, notável.»
 
Onde está o Bob Geldof quando é (realmente) preciso? Sócrates parece rogar por férias, pois o seu discernimento está completamente de rastos!


publicado por Marco Moreira às 06:48
Segunda-feira, 21 de Julho de 2008
Os cultos ou seitas são um fenómeno cada vez mais enraizado nas sociedades democráticas. Aproveitando-se da liberdade religiosa e liberdade de expressão conseguem defender o irracional ao extremo como dizer que a SIDA é curada na igreja x ou no templo y e a lei pouco pode fazer para demover as pessoas de acreditarem em demagogos que vêem a salvação da alma como um negócio.
 
 
Mas se as seitas religiosas são um fenómeno relativamente fácil de identificar existe um que se consegue disfarçar por entre uma panóplia de demagogias e manobras de “aversão” à religião. Dou-lhe o nome de o “Culto do Liberalismo”. Isto é, o culto ao extremismo-liberal.
 
Não defende uma doutrina ou dogma a um deus supremo, mas sim a adoração da mudança constante e anárquica. Uma sociedade perfeita é uma sociedade céptica e ateia e como tal deve ser erradicada da face da terra qualquer ligação do Homem com o Criador. Só aquilo que podemos provar é real e só aquilo que é visível tem lugar a reconhecimento.
 
Este culto não se faz rogado para recrutar fieis e tem como seu maior alvo a juventude idealista e insubordinada que é por si usada para pôr em prática o seu programa de restruturação da nova sociedade. É sedenta de poder e incute nos fieis a necessidade do exterminio de todos os valores da ética e moral reconhecidos até hoje como os valores bíblicos. Hoje em dia estes valores são vistos como rudimentares e ultrapassados.
 
Mesmo os valores de liberdade, ambientalismo, profilaxia que são universalmente tidos como bons e salutares fazem questão de os levar ao límite adulterando-os com o extremismo. A forma como assuntos da reciclagem, do uso do preservativo, dos direitos humanos, o direito da mulher e das famílias alternativas são debatidos à exaustão não servem para resolver problemas mas para incitar o ódio aos mais pragmáticos e conservadores.
 
Este progressimo revolucionário da defesa do “Culto do Liberalismo” pretende o irradear das identidades e transformar o Ser Humano num Ser sem diferenças e sem convicções religiosas.
 
Um dos seus maiores sacerdotes é o zoologo e etólogo britânico Richard Dawkins. A sua bandeira de batalha é a luta anti-religião que propaga a cada palestra e aparição pública. Defende intrasigentemente os valores que tem para si como fundamentais; o ateísmo, o cepticismo e o humanismo. Os seus livros são vulgarmente propagandeados pela extrema-esquerda como podem ver no exemplo: clique aqui e servem como guias doutrinários nestas organizações. Defensor acérrimo da teoria de Darwin não aceita qualquer relação contígua da ciência com a religião. Eis um exemplo do seu fundamentalismo:
 
«As pessoas gostam de dizer que Fé e Ciência podem conviver, mas não concordo. São coisas totalmente opostas»
 
Um exemplo claro da irresponsabilidade desta frase é a relação entre ambas pelo grande codificador da Lei Judaica (Halachá), o rabino espanhol Moshê Ben-Maimon (Maimonides, ou simplesmente: O Rambam) que para além de irudito em jurisprudência legal judaica era um médico brilhante, requisitado pelos reis e líderes da sua era.
 
Não podemos descurar que o papel da religião na história do mundo não é inteiramente amorável, mas lembro que 3 dos grandes monstros da história moderna eram ateus: Hitler, Estaline e Mao. São exemplos de que a religião não pode ser considerada inimiga da paz e exclusiva responsável da guerra. Quem não se recorda do oficial chinês que no filme “Sete anos no Tibete” defere um aterrador: «religion is poison»
 
Este culto defende o mesmo, que a religião é um veneno… e eles o seu antídoto.


publicado por Marco Moreira às 06:38
Domingo, 20 de Julho de 2008
No debate promovido no passado dia 16 pela Juventude Socialista sobre o “Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo”, ficou a ideia que apesar da cegueira progressista a mesma está longe do concenso no seio do partido. Mas já faltou mais! São nestas bases que os “putos” do PS pretendem fazer história quando tiverem idade para o poleiro do poder.
 
 
Em época da tão aclamada crise denota-se que para ser fixe (como o "patriarca" Soares) é preciso ser “Gay friendly”. O Estado da Nação, esse, está para 2º, 3º ou mesmo 50º plano. Pedro Zerolo do PSOE de Espanha veio dar uma “forcinha” e dar um conselho: «É preciso ter valentia!»
 
Uma valentia que resultou em vitórias como a liberalização do aborto. Os valores judaico-cristãos passaram a ser obscenos tal como eram considerados o aborto e a homosexualidade na geração dos meus pais. Mas será que os valores da ética e moral judaico-cristã já não são universais, nem pertencem à tradição europeia? Afinal ainda somos europeu! Mas não. Agora somos todos somente cidadãos do mundo - dizem eles.
 
A clara utopia da esquerda resulta sempre através das jovens gerações, porque é progressista, diferente, activa. O conservadorismo, tradicionalismo, cepticismo nas “culturas alternativas” não tem espaço para uma nova mentalidade carregada de cultura urbana, religiões à la carte, espiritualidades e extremismo-laicista.
 
Mas a resposta para esta “abertura” das mentalidades está à mostra de todos, nas bancas das livrarias. Pilhas de livros entopem os corredores das mesmas com segredos para o sucesso, para a realização pessoal, para aprender a ser feliz… outra vez.
 
As pessoas perderam a identidade, logo ficaram infelizes. O materialismo começa a mostrar os tentaculos da dependência e as pessoas são cada vez mais frias, rudes, amargas. E o pior é que ainda não se aperceberam! As diferenças são disfarçadas ao mais pequeno pormenor com medo da retaliação da ameaça de ser relacionado com a xenofobia. E ao mesmo tempo a extrema-direita coloca-se pronta a aproveitar a deixa quando todos se aperceberem que afinal o progressismo em “sprint” foi um erro e o perigo de partir para o lado extremo da barricada é real.
 
O progresso irá sempre acontecer até ao último dia do mundo. Não é preciso apressá-lo com ideais utópicos que só resultariam no Jardim do Éden dos Liberais.
 
Mas a Juventude Socialista quer apressar aquilo que acham ser o progresso indispensável e imprescindível para um país com igualdade. Quem pagará a factura desta azáfama? Já dizia o ditado: "a pressa é inimiga da perfeição"
 
Mas os ditados são coisas do antigamente e a sabedoria popular hoje em dia é pura e simplesmente pouco fixe.


publicado por Marco Moreira às 06:20
Domingo, 13 de Julho de 2008
O nome é provocador, mas pode vir a ser a capital de um possível Europistão. Pelo menos é o que leva a avaliar pela crítica mordaz da autora do livro editado na Grã-Bretanha em 2006 sobre o estado da sua Inglaterra. Agora podemos contar nas nossas bancas com a versão escrita em português (sem acordo ortográfico).
 
 
Os bombardeamentos levados a cabo por fundamentalistas islâmicos em Londres à três anos revelaram uma alarmante e escandalosa rede de terrorismo de orientação radical islâmica no território. Tudo se passou debaixo dos narizes da “inteligência” britânica desde a promoção, recrutamento e financiamento do terrorismo islâmico e nada foi feito até que a temível garra da “jihad” ceifasse vidas inocentes nas ruas londrinas.
 
Lembro-me de ter estado no princípio do ano seguinte em Londres e mesmo sem ter qualquer tipo de receio ou medo inerente a essa viagem, ao saír de uma estação de metro dei por mim especado a olhar para a entrada da mesma. “Foi aqui” pensei eu! A partir daí tentei compreender a relação das pessoas na rua e não me apercebi de nada. A paz tinha voltado à capital britânica.
 
Mas de facto esta paz está coberta por um silêncio ensurdecedor dos governos de Sua Majestade impotentes de relacionar pragmaticamente o radicalismo islâmico como a maior ameaça à segurança que reina (ela sim) nas ruas: o terrorismo.
 
Melanie Philips demostra mais uma vez não ter papas na língua (neste caso: nas mãos) e escreve detalhadamente sobre a genesis, a causa e o efeito do terrorismo no seu país. Uma vez mais parece ser uma mulher que tem os “cojones” que faltam à Grã-Bretanha desde Tatcher. Muito embora seja impensável que a sua voz possa ser alguma vez ouvida a não ser no pós-desgraça.
 
Pesa-lhe o fardo de ser uma jornalista conservadora que os liberais tanto encobrem fazendo-lhe ser mais uma nuvem cinzenta no universo dos profetas da desgraça. Mas não é profeta… é simplesmente atenta e preocupada com o seu país.
 
 
«Nesta obra polémica, Melanie Phillips junta as peças e relata a história de como a Londonistão se desenvolveu como um resultado do colapso da auto-confiança e identidade nacional britânicas e a sua consequente paralisia através do multiculturalismo e da apatia. O resultado é um clima terrível que se vive em Londres de irracionalidade e derrota, que ameaça minar a aliança com os Estados Unidos da América e pôr em perigo a defesa do mundo livre.» in site oficial de Melanie Philips
 
Mais uma alerta para uma possível III Grande Guerra diferente das outras que possivelmente já se iniciou pelas entranhas, como um cancro maligno que quando nos damos conta já é tarde demais.


publicado por Marco Moreira às 05:53
Domingo, 13 de Julho de 2008
(...) E ainda era pouco!
 
Foi esta frase que ouvi pelo menos um par de vezes na rua. O tema da conversa rodava à volta dos actos de violência no Bairro da Quinta da Fonte em Loures e o problema parecia ser resolvido somente desta forma a avaliar pela indignação do povinho.
 
Confesso que não percebo muito bem a “dinâmica” da frase, porque depois de mortos pouco importa se ainda era pouco ou não. Mas o que me prende de forma pragmática sobre este assunto é a velha questão: “Como pode ter acontecido uma coisa destas?”
 
Simples, digo eu. Se um barril de pólvora incomoda muita gente, dois barris de pólvora incomodam muito mais. – nesta altura estão os liberais a matutar: “tu queres ver que o fedelho se está a referir à comunidade cigana e á comunidade negra* (ou luso-africana) como barris de pólvora”. NÃO… calma. Estou somente a dizer que os governos anteriores resolveram fazer bairros sociais em subúrbios da cidade formando “guetos” divididos em estilos, etnias e culturas diferentes. No caso deste resolveram dár-lhe um gostinho de multiculturalismo “a la gardaire”. Resultado: o que se viu.
 
Ponto 1: Não se colocam etnias e culturas diferentes afastadas das outras, como se de uma doença se tratasse. Em vez de se construírem vinte prédios de habitação social nos subúrbios, coloquem os prédios espalhados pela cidade de forma a que pessoas com “problemas problemáticos” se possam misturar com as outras e viver em sociedade, formando uma sociedade multicultural, de facto. Aprender a viver em sociedade é o que esta gente precisa. Tratá-las como gado só faz com que nos dêem “coices”,
 
Ponto 2: Desde pequeno que aprendi em casa a cultura “Quem estraga, paga!”. É absolutamente surreal a forma como ao fim de um ano da construção de habitações sociais estas parecem saídas de um documentário de guerra pós bombardeamento. Nas reportagens televisivas a algumas casas do Bairro da Quinta da Fonte depois do tiroteio não foram somente as imagens das balas cravadas na parede que prenderam o meu olhar no écran, mas também o estado degradado em que se encontravam. Certamente quem estragou as casas que lhe foram dadas dá pouco valor a esse facto, caso contrário não as estragavam como se de uma lata de coca-cola se tratasse. A política do “Quem estraga, paga” TEM de se fazer sentir nestes casos. De tempos a tempos, alguém tem de controlar a forma de como estes investimentos do estado (isto é: de todos os portugueses) estão a ser tratados.
 
Ainda me lembro de quando perto da minha casa construíram um bairro social para a comunidade cigana nos anos ’80 e o chão em parquet foi arrancado para fazer fogueiras… dentro dos prédios. Qualquer um sabe que os ciganos é um povo que continua a ser nómada. De que estavam à espera os governantes que os colocaram nestes edídicios tão longe do solo, como um 3º andar! À bons exemplos de moradias simples dentro e fora da cidade construídos por fundações que tiveram o cuidado de estudar e de ter em atenção à forma de vida destas comunidades. E sob a política do “Quem estraga, paga”
 
Mais recentemente, perto de um bairro onde vive um amigo construíram outro bairro social para alojar a comunidade negra (ou luso-africada). Desta feita os moradores resolveram vender os motores dos elevadores de vários prédios. Aqui deveria ser posto em prática a política “Quem vende o que não lhes pertence, paga”
 
Até me faz confusão que depois de tantos governos que adoram pôr os seus contribuintes a pagar mais e mais impostos, portagens e taxas de juro, que ainda não tenham colocado esta política em prática.
 
Assim deixo um conselho aos mais radicais em como resolver este “pequeno” problema: Ponto 1 e ponto 2. Não é preciso matar ninguém…
 
 
* a questão do tão utilizado “african american” deixa-me (realmente) preocupado em como escrever quando me refiro a pessoas de etnia africana pelo que já não sei como me referir a estas sem ofender a esquerda caviar. Penso que a palavra negro não deve ser confundida com o depreciativo “negro” americano. Pelo menos não é minha intenção que seja depreciativa. Mas se ficarem ofendidos também vou fazer birra e dizer que não admito que me chamem branco – até porque a minha tez “marroquina” não o permite!


publicado por Marco Moreira às 05:42
 
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